quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Mais ciclistas na Bernardo Monteiro

Hoje tive acesso aos dados do contador de ciclistas da Professor Moraes e os dados são animadores.

Este contador foi instalado em julho de 2016, a fim de verificar quantos ciclistas passam na região. O contador tem boa precisão para identificar bicicletas de variados pesos e dimensões.









Assim, tendo o sistema sido instalado em julho de 2016, já é possível fazer uma pequena comparação dos meses entre julho e novembro. No caso de dezembro, como estamos no início do mês, a comparação ainda não é possível e o número é baixo.

O gráfico abaixo faz essa comparação:
Na cor verde são os dados referentes a 2016 e de azul os dados de 2017. Percebe-se claramente uma boa evolução entre Agosto e Novembro. O maior desempenho em julho de 2016 se deve ao "efeito novidade", quando diversos grupos de ciclistas noturno e o movimento massa crítica fizeram questão de traçarem seus trajetos de forma a passar pelo contador. 

Já a diminuição gradativa observada ao final de ambos os anos, talvez possa ser explicada pelo período chuvoso, comum no final do ano.

A comparação dos números e sua evolução em porcentagem deixam mais clara a consistente evolução do número de ciclistas.
Ou seja, em relação ao mesmo mês do ano anterior, o número de ciclistas em 2017 aumentou 21% em Agosto, 15% em Setembro, 8% em Outubro e 18% em Novembro. Comparando o total desses quatro meses, houve uma evolução de 16%, o que dá um aumento de mais de 40 ciclistas por dia, passando de uma média de 230 ciclistas/dia para 271.

Esse tipo de comparação é importante, pois compara períodos de tempos iguais, podendo levar em conta fatores climáticos que tendem a ser semelhantes naqueles meses.

O interessante é que nesse período não se implementou nenhuma grande política favorável às bicicletas na região. Apenas houve um melhor tratamento da ciclovia na Rio de Janeiro... 

Assim sendo, muitas são as especulações possíveis para esse crescimento, mas eu arriscaria a dizer que as ciclovias são um tipo de obra que tem uma demanda inicialmente reprimida e que evolui de forma gradativa. Não adianta usar o recente argumento do Dória, de que para implementar novas ciclovias, faz-se necessário um estudo de demanda. Ora, esse é um tipo de demanda reprimida, a qual só pode se revelar a partir do momento em que são oferecidas as condições adequadas para a sua fruição. Me lembro do parque da Floriano Peixoto, o qual antes da reforma, de colocarem luzes e oferecerem segurança, andava às moscas... Já nos dias de hoje, possui boa movimentação e pessoas de todas as idades passeando.

Por fim, as pessoas não passam a usar bicicleta a partir do exato momento em que uma ciclovia é instalada, sendo normal que levem um tempo para cogitar a possibilidade de mudança no seu meio de transporte. Geralmente, o primeiro passo é cogitar o uso para lazer. Já para os mais jovens a transição talvez seja um pouco mais fácil...

Dessa forma, é possível especular que a ciclovia esteja ainda a experimentar uma evolução no seu uso, o qual poderia ser potencializado com a interligação à outras redes cicloviárias e ciclorotas da cidade. Na verdade, o novo prefeito Alexandre Kalil firmou compromisso de executar o #Planbici, programa elaborado por ciclistas de Belo Horizonte, o qual dentre outras coisas, prevê 400 Km de ciclovia até 2020. Só que até agora nem cem metros foram feitos... 

Confesso que se cumprir metade da meta já seria motivo de comemoração e faria mais do que todos os outros prefeitos anteriores juntos. Entretanto, por enquanto são só promessas.


Um comentário:

  1. No início poderia ser uma demanda reprimida, mas com o tempo as ciclovias serão cada vez mais usadas, cada vez mais usufruídas caso sejam completas, interligadas, enfim... motivo para entusiasmo...

    ResponderExcluir